sexta-feira, 5 de outubro de 2007

EM DEFESA DO RIO SARDOURA - PROPOSTA AF

EM DEFESA DO RIO SARDOURA

PROPOSTA [1]

Considerando as notícias e rumores que correm sobre a eventual utilização do Rio Sardoura e suas margens para colocação de adutores destinados a drenar para as proximidades do Rio Douro todas as águas residuais (saneamento em alta) da freguesia de Real (incluindo Nojões até à Cruz da Carreira), da freguesia de Sardoura (neste caso incidindo também sobre o vale da Ribeira de Sá); da freguesia de S. Martinho e, em parte das freguesias de Bairros e de Sobrado;

Considerando que tal implicará obras de escavação e outras susceptíveis de colocar em risco a estabilidade do solo atingido, colocando-o à mercê das cheias frequentes que se verificam, acrescendo inevitavelmente outros danos e alteração da vegetação e paisagem verdejante que envolve o Rio;

Considerando que é no mínimo muito discutível que se privilegiem as margens ribeirinhas de tão importantes linhas de água, que se querem conservar límpidas e sem poluição, para transportar tamanhas quantidades de líquidos inquinados (águas de tantas retretes e quartos de banho; águas gordurosas e com detritos de tantas cozinhas; águas oleosas e contaminadas de oficinas, estabelecimentos da restauração e outras actividades; águas de lavagens de interiores e pátios…; o “recheio” de outras fossas…);

Considerando que nada garantirá que não ocorram rupturas nas canalizações (basta ver o que por aí sucede com as canalizações das águas, a correr às vezes dias e dias pelos caminhos), o que provocará poluições incontroláveis e que poderão ser fatais para a fauna e a flora que nele coabitam, bem como contaminar a pureza das suas águas;

Considerando que essas rupturas serão praticamente inevitáveis com as enchentes frequentes do Rio, dado o seu traçado sinuoso e o acentuado declive do seu leito, que provoca correntes fortes e destruidoras, derrubando, como se sabe, muros, árvores e não só, como já sucedeu inclusive neste jovem milénio (tendo havido inclusive subsídios por parte do Ministério da Agricultura para efectuar as reparações);
Considerando a natural apreensão e receios dos proprietários das terras das margens do Rio;

Considerando que somos os principais interessados na preservação do Rio e de tudo o que o envolve, bem como nos cuidados de limpeza que ele merece e reclama e ainda no melhor aproveitamento possível do património que ele encerra e das suas potencialidades lúdicas e turísticas, nomeadamente através Zona de Lazer(
[2]) já conhecida e frequentada por inúmeros veraneantes;

Propomos:
a) que, por intermédio da Junta de Freguesia, sejam dadas a conhecer as preocupações contidas ou implícitas nos considerandos anteriores às Assembleias de Freguesia atravessadas pelo Rio Sardoura (Real, Sobrado e Sardoura) à Assembleia Municipal, à Câmara Municipal, à empresa de Águas Douro-Paiva e à Direcção Regional do Ambiente, como demonstração de que queremos ser ouvidos e poder intervir no debate e na procura da melhor solução;

b) que seja promovida uma reunião pública com os autarcas interessados e particularmente com os membros das três assembleias das freguesias ribeirinhas do Rio Sardoura, para troca de informações, debate de opiniões e eventual tomadas de posição e definição de iniciativas a realizar.

S. Martinho de Sardoura, 29 de Setembro de 2007

(Os membros da Assembleia de Freguesia eleitos pelo PS)

[1] Proposta apresenta na sessão ordinária da Assembleia de Freguesia de São Martinho de Sardoura no dia 30-09-2007, pelos eleitos pelo PS, liderados por Manuel Fancisco.

[2] No lugar das Casas Novas, freguesia de São Martinho (parque público).

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